domingo, 31 de agosto de 2008

Insensatez

As pessoas não estão dispostas a encarar muitas coisas ultimamente. Nesse mundo onde tudo corre muito mais rápido, aonde os passos guiam para um caminho onde a dor pode ser algo opcional e os sentimentos verdadeiros são tão raros...
Um mundo cinza e triste para algumas pessoas e extremamente colorido e vazio para outras. Eu não estou só. Eu me sinto só. Não que a vida seja algo sempre em sépia pra mim. Ela borbulha momentos coloridos, aqui e acolá. Momentos de raro prazer e que eu me apego afim de sonhar com um final feliz. As coisas ultimamente estão muito medianas. Não consigo ver soluções para alguns problemas. Usada às vezes e tentando usar, tento ir contra a minha natureza. Eu queria ser como a maioria e não querer, esperar tanto das pessoas. Não desejar um amor maluco, uma preocupação constante, o carinho, o beijo apaixonado. Eu queria não me deixar apaixonar, não voar alto no pensamento e nos presentes. Eu queria me permitir a censura do coração. Viver e correr alto, dançar e ter o sexo casual como algo volátil e corriqueiro.
Mas não, eu não sou assim.
Pego me ouvindo a bossa nova de Jobim e sonhando com a vida que eu posso ter um dia. Perguntando-me quando eu vou conseguir sair dessa abóbora e encontrar o meu sapatinho de cristal. Quando eu vou deixar de ter pensamentos cor-de-rosa e aprender que o mundo não é como nas histórias que eu lia nos livros antigos da estante de casa?
Afinal de contas meu mundo é em sépia...

Melancolia vem e me acalenta... Ah Vinícius...
As palavras saem tão fácil dedilhadas ao piano... melodia boêmia de um coração solitário.
Espero que a minha fé não se abale e que nesse caminho eu possa ainda caminhar com passos calmos e não perca a crença que, talvez, tenha mais gente como eu solta na brisa mais adiante.
Tomara que a gente se encontre.

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